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Cerca de 50% dos casos de endometriose são hereditários

Cerca de 50% dos casos de endometriose são hereditários

Segundo ginecologista do HCor, doença que já afeta cerca de 176 milhões de mulheres no mundo; dores, inflamações, cólicas crônicas e infertilidade são alguns dos sintomas

Considerada uma das principais causas de infertilidade feminina da atualidade, atingindo cerca de 30% a 50% das pacientes, a endometriose já acomete mais de 176 milhões de mulheres no mundo, sendo seis milhões só no Brasil. Pesquisas sugerem que em 51% dos casos há fatores genéticos envolvidos. Além disso, acredita-se que o padrão de vida feminino atual, como engravidar mais tarde, ter menos filhos e se submeter a um maior nível de estresse, pode influenciar o surgimento da doença.

O maior desafio ainda é identificar os sintomas. Silenciosos, eles podem ser facilmente confundidos com outras doenças ginecológicas e tendem a evoluir de forma progressiva a cada ciclo. De acordo com o ginecologista e obstetra do HCor, Dr. Francis Helber, as causas da doença ainda não são totalmente esclarecidas. “Há diversas teorias que tentam explicar a origem da endometriose. Uma delas é o fator imunológico, ou seja, alterações da imunidade celular nas mulheres, motivadas pelo estresse, podem desencadear a doença”, explica.

No período fértil, o organismo prepara o útero para receber a gestação, o que só é possível devido a ação dos hormônios estrogênio e progesterona. Quando não ocorre a gravidez, há uma descamação da camada interna do útero, o endométrio, resultando na menstruação. “Não sabemos exatamente o motivo, mas este tecido pode seguir em outras direções e se instalar principalmente nos ovários e tubas uterinas, por exemplo, sendo outra explicação da origem da doença”, comenta Dr. Helber.

Identificar e tratar

A boa notícia é que, com o avanço das pesquisas e a melhora progressiva da qualidade dos exames, a doença pode ser diagnosticada e tratada precocemente. Para isso, diante do menor sintoma que possa sugerir a doença, como dor durante relações sexuais, cólicas crônicas, que podem ocorrer durante todo o período menstrual, alterações intestinais, ou ainda dores contínuas na barriga independente do período menstrual, é fundamental buscar orientação médica.

“Para confirmar o possível diagnóstico, o exame clínico é o primeiro passo, seguido de exames laboratoriais e de imagem, como ultrassom transvaginal específico para endometriose com preparo intestinal, ressonância magnética e até laparoscopia, em alguns casos. No entanto, o diagnóstico definitivo depende da realização de biópsia, mas não é obrigatório para o início do tratamento”, explica Dr. Helber.

De acordo com o ginecologista do HCor, é importante destacar que a doença hoje já permite a mulher levar uma vida normal. Com o acompanhamento médico e com a tratativa adequados, ela pode superar os obstáculos e manter os sintomas sob controle.