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Glaucoma já atinge cerca de 2% dos brasileiros acima dos 40   anos e é a principal causa de cegueira irreversível no país

Glaucoma já atinge cerca de 2% dos brasileiros acima dos 40 anos e é a principal causa de cegueira irreversível no país

Para conscientizar a população no Dia da Saúde Ocular, nesta quinta-feira, 7 de maio, especialista do HCor mostra como identificar e tratar o problema que aparece de maneira silenciosa e está entre as doenças oculares mais frequentes no pais, com mais de 1 milhão de casos registrados

Várias doenças costumam demonstrar sinais e sintomas bem claros, desde o início. Por isso, ainda que sejam graves, podem ser tratadas antes de causar danos mais significativos. Por outro lado, algumas enfermidades se desenvolvem de maneira tão sorrateira que quando o paciente manifesta algum sintoma já causaram danos irreversíveis. Um bom exemplo disso é o glaucoma. “Esta doença é a principal causa de cegueira irreversível no país, justamente por ser progressiva e silenciosa. Por isso, é muito importante que a população fique atenta ao problema”, diz a oftalmologista Camila Ray responsável pelo Serviço de Oftalmologia do Hospital do Coração (HCor).

Para conscientizar a população sobre o perigo representado pelo glaucoma, que já atinge cerca de 2% dos brasileiros acima dos 40 anos de idade e está entre as doenças oculares mais frequentes no país, com mais de 1 milhão de casos registrados, a Dra Camila, em prol do Dia da Saúde Ocular, nesta quinta-feira, 7 de maio, aponta quais as causas e os sintomas da doença. “O glaucoma acontece quando existe lesão do nervo ótico, principalmente em função de um aumento da pressão intraocular”, explica a médica. “Em geral, a doença costuma aparecer a partir dos 40 anos. Mas pode ocorrer mais cedo, caso a pessoa sofra, por exemplo, algum dano capaz de provocar essa mesma elevação de pressão na parte interna dos olhos”, afirma a oftalmologista do HCor.

Sintomas

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), existem aproximadamente 65 milhões de glaucomatosos em todo o mundo, sendo que, a cada ano, surgem mais de 2,4 milhões de novos portadores da doença. No início, o glaucoma é assintomático. Por isso, muitas pessoas só conseguem notá-lo quando o problema atinge o seu estado crítico. Neste estágio ocorre a perda da visão periférica, devido ao estreitamento do campo visual que, posteriormente, assume um formato tubular. “Depois disso, o paciente pode ficar cego, caso não conte com nenhum tipo de tratamento”, alerta a Dra Camila. “Em casos de glaucoma agudo, que já é outro tipo da doença, o paciente costuma sentir fortes dores de cabeça, fotofobia, enjoo e dor ocular intensa”, acrescenta a oftalmologista.

Diagnóstico

Dois sinais podem indicar a presença de glaucoma em uma pessoa: pressão intraocular acima da média e lesões no nervo ótico. Para detectar esses dois sinais é preciso que alguns exames sejam realizados, como tonometria de aplanação, para medição da pressão intraocular; fundo de olho, para avaliar se existe lesão do nervo óptico, provocado por um possível caso avançado de glaucoma; gonioscopia, para classificar o tipo de glaucoma; e campimetria visual, para avaliar se há perda de campo visual.

O diagnóstico precoce da doença só pode ser obtido por meio de exames oftalmológicos de rotina. Por isso, a Dra Camila recomenda que pessoas já a partir dos 35 anos procurem um oftalmologista para fazer check-ups regulares. “Diabéticos, pessoas negras com mais de 30 anos de idade, usuários de corticoides, míopes, pacientes que já sofreram alguma lesão ocular e indivíduos com pressão intraocular elevada também fazem parte deste grupo de risco”, afirma a oftalmologista do HCor. “O histórico familiar também é muito importante para o diagnóstico da doença. Afinal, cerca de 6% das pessoas com glaucoma têm ou já tiveram algum outro caso na família”, alerta.

Tratamento

Em um primeiro momento, o tratamento da doença é clínico e à base de colírios. Existem medicamentos via oral que também podem ser indicados. Também existem pacientes que necessitam de tratamento cirúrgico. “Casos crônicos de glaucoma não têm cura e forçam o paciente a fazer uso de colírios e medicação por toda a vida”, explica a Dra Camila. “Portanto, vale a pena ficar atento e, caso a doença apareça, é imprescindível iniciar o tratamento o mais rápido possível”, aconselha a oftalmologista do HCor, lembrando que no Clinic Check-up do hospital também é possível realizar consultas oftalmológicas com medida de pressão intraocular e avaliação do nervo ótico.