Desde menina, sabia o que queria: estar ao lado do pai, partilhar seu mundo e, assim, cuidar de pessoas. Aprendeu com Aurice e Anice, mãe e avó, que delicadeza aliada à coragem transforma fios soltos em uma obra inteira.

Na medicina, costurou dedicação e disciplina, firmeza e ternura. Escolheu a cardiopediatria porque ali borda ciência e humanidade. Faz a diferença onde cada criança representa cuidado e esperança.

Sua história se entrelaça com a do Hcor. Foi alinhavando caminhos, abrindo portas, cuidando de gerações com a precisão de quem conhece cada ponto e com a sensibilidade de quem sabe que cada vida é única. Enfrentou alguns rasgos e dores. Em silêncio, viveu batalhas internas, e transformou cicatrizes em novas forças. Como nas colchas que cria, foi capaz de unir as partes e seguir inteira.

Mãe de Paulo e Marcela, avó de Miguel, Ana Clara e Gustavo, amor de Binder, é artesã de fios e tecidos. Estende seu patchwork da vida com ternura e cor. Desata nós com seu sorriso largo, generoso e inconfundível. E vai além: na medicina, na família e nas histórias que costura com amor.

Uma vida inteira dedicada a cuidar — ponto a ponto, gesto a gesto — do mais resistente dos tecidos: o da humanidade.

Filho de Carlos e Josefa que, jovens, acreditaram no Brasil como futuro. Nasceu em Sevilha e cedo cruzou o oceano. Trouxe os traços de luta da Espanha e, daqui, herdou o chão fértil para sonhar e construir. Cresceu entre as linhas firmes dos projetos do pai e a ternura discreta da mãe. Aprendeu que a vida se desenha entre cálculos e afetos.

Foi em Minas, celeiro das artes sacras, que a família fez abrigo. Por lá, desenhou seu destino. Se Carlos projetava obras de arquitetura, o filho passou a sonhar em projetar obras de vida. Do fascínio pela inventividade nasceu sua paixão. E, a partir dela, passou a ouvir os ritmos invisíveis e a corrigir os compassos do coração.

Pelo caminho, encontrou mestres como Adib e Décio, que acenderam luzes e abriram portas. Uniu invenção e cuidado. Criou técnicas que ecoaram pelo mundo e vestiu a medicina com a ousadia de quem nunca se apequena diante do desconhecido. Pelo contrário. Alimenta-se dele.

Ao lado de Maria Zélia, construiu não apenas uma família, mas um terreno fértil onde sua paixão pela medicina teve eco. Agora em Carlos Thiene, Karen e Suzi. Legado de amor e vocação.

É a soma de raízes profundas e horizontes infinitos. Vive em plenitude. Para ele, o futuro não é promessa: é algo que se cria todos os dias, com as próprias mãos.

Desde cedo, a vida não lhe deixou espaço para dúvidas. Enquanto outras crianças brincavam de boneca, ela cuidava. Era médica das bonecas. A vocação nasceu com ela — acelerada, intensa, incontornável. Ousada. Com coragem e determinação de Gilberto e Laís. Com traços de Rosinha.

A medicina foi sua estrada, e ela percorreu cada curva em ritmo próprio. Estudiosa, incansável, não se deteve diante das jornadas de domingo a domingo. Por aqui, deixou marcas de pioneirismo e inovação. Liderou cedo, com coragem e disciplina, transformando o cuidado em ciência e a ciência em arte.

Na vida, o destino também parecia correr. Conheceu Ricardo. No primeiro encontro, veio o pedido de casamento. No ano seguinte, às 8h18 de 8/8/88, disse sim para sempre. Da união veio Marina. E de Marina, Gabriel Henrique — o neto que hoje acelera seu coração de um jeito doce e sereno.

Entre esportes, viagens, o som do piano e da flauta, ela encontra harmonia no movimento. Porque Leda nunca foi de parar. Foi feita para avançar, ensinar, cuidar. Para viver em intensidade. Em seu compasso acelerado, transforma cada instante em vida.