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Cigarro em excesso aumenta o risco de AVC e Câncer de Pulmão

Cigarro em excesso aumenta o risco de AVC e Câncer de Pulmão

Com 20% dos casos de AVC relacionados ao tabagismo, os benefícios de parar de fumar são grandes mas precisam de acompanhamento médico.

O cigarro tem mais de 4,7 mil substâncias presentes em sua composição e está na origem de 90% dos casos de câncer de pulmão no mundo. Ele também se relaciona a várias doenças do sistema cardiovascular, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

No próximo dia 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo e a data tem o objetivo de conscientizar os riscos que os fumantes ativos e passivos se submetem, bem como os benefícios de parar de fumar.

Segundo levantamento feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde), dentro das mais de 4 mil substâncias químicas em um cigarro, 250 delas são prejudiciais, e 50 são conhecidas por causar câncer.

São 14 os tumores malignos associados ao tabagismo: câncer de pulmão, de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino, rim, bexiga, colo de útero, ovário e alguns tipos de leucemia. O Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de número absoluto de fumantes. Segundo o Ministério da Saúde, o hábito tende a ser mais frequente entre adultos de 45 a 64 anos e entre pessoas com baixa escolaridade.

O tabagismo está na origem de 90% de todos os casos de câncer de pulmão no mundo, e entre os 10% restantes, 1/3 deles são os chamados fumantes passivos, sendo responsável por ampliar em cerca de 20 vezes o risco de surgimento da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil registra 28.220 novos casos de câncer de pulmão ao ano. Os malefícios não são notados apenas a longo prazo. Algumas alterações no organismo podem ser percebidas imediatamente após a interrupção do fumo cotidiano.

Cigarro e AVC

 O acidente vascular cerebral (AVC), é a doença que mais causa mortes no Brasil, e chega a ser responsável por mais de 100 mortes por ano, além de ser a maior causadora de incapacidade do mundo. Um dos principais fatores de risco da doença é o tabagismo. Os fumantes têm risco duas vezes maior de desenvolver um quadro de AVC em comparação com pessoas que não fumaram ao longo da vida. Estima-se que aproximadamente 20% dos casos de AVC estão relacionados ao tabagismo.

De acordo com o neurologista do HCor (Hospital do Coração), Dr. José Renato Bauab, o tabagismo é um fator de risco para o AVC isquêmico. “O paciente que cessa o tabagismo automaticamente já reduz os seus fatores de riscos cardiovasculares”, esclarece Dr. Bauab.

A influência do tabagismo no AVC isquêmico

 O AVC isquêmico se deve principalmente à facilitação de placas de colesterol em vasos sanguíneos do cérebro, e pode levar a uma obstrução do fluxo de sangue e, posteriormente, ao quadro de isquemia.

Alternativas que podem auxiliar na cessão do tabagismo

Para diminuir o risco de ter o AVC, é fundamental a interrupção do fumo. “Hoje em dia existem técnicas que podem facilitar o fumante a manter-se longe do cigarro durante o período de abstinência. O ideal é parar de fumar com acompanhamento médico”, orienta o neurologista Dr. Bauab.

O tabagismo custa à economia global mais de 1 trilhão de dólares por ano e matará um terço a mais de pessoas até 2030 do que agora, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos.

O número de mortes relacionadas ao tabagismo deverá aumentar de cerca de 6 milhões de mortes para cerca de 8 milhões anualmente até 2030, sendo que mais de 80% delas vão ocorrer em países de baixa e média renda. O cigarro é a principal causa de morte evitável no mundo e chega a reduzir a expectativa de vida em 20 anos.

E para auxiliar as pessoas a deixarem o cigarro e parar de fumar, o HCor (Hospital do Coração) criou o Programa Vida Sem Cigarro, um serviço que, em sua maior parte, é realizado por meio de consultas on-line, ideal para quem tem dificuldade de deslocamento ou para aqueles que viajam com frequência.

Para a gerente de Psicologia e Coordenadora do Programa Vida Sem Cigarro do HCor (Hospital do Coração), Silvia Cury Ismael, este programa tem início com uma primeira avaliação presencial realizada pelo médico e pelo psicólogo. “A maior parte do programa é realizada a distância e prioriza o bem-estar de cada paciente, com a finalidade de superar as dificuldades e prestar o apoio necessário quando houver recaídas. Ele é fácil de usar e pode ser utilizado por meio de dispositivo instalado no computador, tablet ou celular”, esclarece.

Para conhecer o programa e se cadastrar basta acessar a página: www.vidasemcigarro.com.br ou entrar em contato com o Núcleo de Atendimento Psicológico HCor no telefone: (11) 3053-6611 nos ramais: 7600 ou 7610 ou por e-mail: vidassemcigarro@hcor.com.br

Ambulatório de Psicologia do HCor

 O ambulatório de psicologia do HCor possui o NAP (Núcleo de Atendimento Psicológico), com atendimentos uma vez por semana, durante três meses. “Após o início do tratamento, por exemplo, cerca de 80% dos pacientes permanecem em abstinência. Depois de um ano, 60% deles resistem ao cigarro, diminuindo consideravelmente os riscos de doenças cardiovasculares, hipertensão, câncer de diversos tipos, diabetes, entre outros males”, finaliza a gerente de Psicologia do HCor.