Ministério da Saúde premia projeto do HCor que reduziu em 20% a mortalidade por infarto em hospitais públicos
O Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HCor recebeu no dia 04/12 o Prêmio Ciência e Tecnologia para o SUS. A entrega aconteceu em Brasília, em reconhecimento ao projeto Bridge, que prevê melhorias no atendimento a casos de infarto. A pesquisa teve participação de 34 hospitais públicos e conseguiu reduzir em 20% a mortalidade por infarto.
O estudo já havia conquistado repercussão internacional. Ele fora apresentado em Chicago (EUA), na sessão principal do Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, e também fora publicado pela JAMA, uma das mais importantes revistas científicas de ciências médicas.
O prêmio foi entregue pelo ministro da Saúde, Dr. Alexandre Padilha, ao diretor do IEP-HCor, Dr. Otávio Berwanger. “Ficamos extremamente felizes com tamanha honraria, a qual demonstra a nossa estratégia acertada de buscar a diferenciação por meio da geração de conhecimento relevante e que tenha alto impacto cientifico”, diz o Dr. Berwanger. O infarto representa a principal causa de morte no país, responsável por cerca de 140 mil óbitos anualmente.
Projeto Bridge
O projeto BRIDGE (Brazilian Intervention to Increase Evidence Usage in Practise) selecionou 34 hospitais públicos de todo território nacional, que foram divididos em dois grupos. O primeiro de 17 hospitais foi apenas monitorado para verificar como eram atendidos os pacientes com sintomas de síndrome coronariana aguda (infarto).
O segundo grupo de hospitais recebeu treinamento para aplicação da intervenção multifacetada, que incluía materiais educacionais, listas e lembretes que tinham como base evidencias científicas de controle da síndrome coronariana aguda. “Ao chegar no hospital, o paciente passa por uma triagem. Se apresentar algum sintoma, um lembrete é anexado ao formulário para que o médico saiba que é um paciente de risco. Além da notificação no formulário médico, o paciente recebe uma pulseira que o identifica de acordo com a categoria de risco, sendo a vermelha para casos de alto risco, amarelo para riscos moderados e pulseira verde para risco baixo”, ressalta Dr. Berwanger.
Os hospitais contavam com uma enfermeira treinada, que atuava como gerente de caso, cujo trabalho era garantir que as ferramentas adequadas estavam sendo usadas corretamente. Cartazes também foram exibidos em torno dos hospitais e diretrizes de bolso foram distribuídas.
Foram incluídos apenas hospitais públicos de grandes áreas urbanas, que disponham de um serviço de emergência para pacientes com síndrome coronariana aguda. Foram excluídos hospitais privados, institutos de cardiologia e hospitais nas áreas rurais. A lista de hospitais elegíveis foi fornecida pelo Ministério da Saúde.
O acompanhamento nos 34 hospitais envolveu 1.150 pacientes entre 15 de março a 2 de novembro de 2011, que foram acompanhados até o dia 27 de janeiro de 2012. A idade média dos pacientes foi de 62 anos, sendo 68,6% homens e 31,4% mulheres.