Urologista e Oncologista do HCor alertam: pessoas com antecedentes familiares de neoplasia prostática e raça negra têm maior predisposição e devem iniciar o check-up prostático já aos 40 anos; para o restante dos homens, pode-se começar a investigação entre 45 e 50 anos
Novembro Azul
A Campanha Novembro Azul, que incentiva o público masculino a realizar um check-up preventivo para investigar os riscos do câncer de próstata, vêm ganhando cada vez mais relevância no calendário nacional de saúde. Apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos tumores de maior incidência entre os homens no Brasil e no mundo, o câncer de próstata acomete um em cada seis homens acima dos 40 anos. Em cerca de 60% dos diagnósticos o paciente apresenta lesões mais agressivas.
Isso porque em quase todos os casos, a doença demora a se manifestar. “Não há sinais e nem alterações clínicas significativas que podem levantar alguma suspeita. A ausência de sintomas camufla o surgimento e o crescimento do tumor. Como não sentem nada, muitos homens não procuram o urologista, fazendo com que o diagnóstico seja realizado tardiamente”, revela o Dr. Auro Del Giglio, oncologista do HCor.
De acordo com o INCA, são diagnosticados todo ano 60 mil casos novos. Trata-se do segundo tumor mais frequente entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele. Habitualmente, o câncer de próstata é assintomático. Em fases muito avançadas, o paciente pode apresentar dificuldade para urinar, sangramento na urina e sintomas decorrentes da neoplasia avançada, como insuficiência renal e dores ósseas. Estima-se que quando os sintomas começam a aparecer, 95% dos casos já estão em fase adiantada. Com o avançar da idade, a incidência da doença aumenta. Quando o tumor é diagnosticado precocemente, ou seja em estágios iniciais e restrito à próstata, a probabilidade de cura atinge 90% dos casos.
“Pessoas com antecedentes familiares de neoplasia prostática, obesos e raça negra têm maior predisposição a este tipo de tumor e devem iniciar o check-up prostático já aos 40 anos. Para o restante dos homens, pode-se começar a investigação entre 45 e 50 anos”, afirma o urologista do HCor, Dr. Antonio Correa Lopes Neto. Este check-up consta da dosagem do PSA (antígeno prostático específico) no sangue e exame de toque prostático visando avaliar consistência e presença de nódulos na glândula. Normalmente, solicita-se também ultrassonografia das vias urinárias e próstata”, esclarece.
Diagnóstico precoce
Flagrar a doença em fase inicial possibilita que o tratamento tenha êxito em nove entre 10 casos. Com o avanço da medicina, os exames e o tratamento vêm se tornando cada vez menos invasivos e mais precisos. Como resultado, as taxas de cura em pacientes com doença precoce podem chegar até a 90% e com melhores índices de sobrevida. “Os dois grandes aliados na detecção precoce do câncer são o exame de toque e a dosagem de PSA – substância produzida pela próstata e cujo aumento no sangue denuncia problemas na glândula. Em alguns casos, são indicados exames de ressonância magnética multiparamétrica e biópsia prostática para o diagnóstico”, destaca Dr. Del Giglio, oncologista.