Para reduzir as mortes nas UTI

Para reduzir as mortes nas UTI

Estudo pioneiro liderado pelo Brasil deve acabar com um dos procedimentos mais comuns entre pacientes de alto risco

Cerca de 15% dos indivíduos encaminhados para UTIs desenvolvem a Síndrome de Angústia Respiratória Aguda (Sara). Nela, os pulmões deixam de funcionar direito – e metade dos doentes morre pela crise de falta de oxigênio. Um respirador mecânico sempre foi a saída para dar suporte nesses casos. Os médicos recorrem ao dispositivo para entubar o paciente e realizar uma manobra em que se eleva a pressão de ar por alguns minutos, numa tentativa de fazer os órgãos voltarem a trabalhar. Mas uma pesquisa com 1013 acamados em nove países descobriu que essa estratégia, além de pouco efetiva, aumenta o risco de óbito em 20. “O achado tem um impacto imenso e vai modificar os cuidados atuais nas UTIs”, diz o médico intensivista Alexandre Biasi Cavalcanti, do Hospital do Coração (SP), coordenador da investigação.

O Colapso dos Pulmões

Por ser muito grave, a Sara requer atenção especial

Problema de Fluxo

Os alvéolos, unidades pulmonares onde ocorrem as trocas gasosas, se enchem de água. Isso bloqueia a chegada do oxigênio e o descarte do gás carbônico.

Socorro Veloz

Para manter a respiração, é preciso recorrer à ventilação mecânica. Em outras palavras, o paciente acaba entubado para conseguir sobreviver.

Rajada Intensa

Há uma tática corriqueira de subir a pressão de ar da máquina por três minutos, numa tentativa de expulsar o líquido empoçado dos alvéolos.

Perigo Oculto

A pesquisa brasileira demonstra que isso é perigoso e amplia a mortalidade em 20%. O ideal, portanto, seria manter o ventilador num fluxo baixo e constante.

Fonte: Revista Saúde é Vital