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Prevenção pode reduzir em até 50% casos de lesões na pele de pacientes acamados

Prevenção pode reduzir em até 50% casos de lesões na pele de pacientes acamados

Manchas avermelhadas, escoriações e bolhas são os primeiros sinais de alerta; coordenadora do Grupo de Pele do HCor ressalta que cuidados como mudança constante de posição no leito, uso de almofadas, colchões especiais que ajudam a aliviar a pressão, hidratação e alimentação equilibrada podem evitar o surgimento de escaras, atualmente denominada úlcera por pressão

Cuidar de pacientes que ficam acamados ou imobilizados por longos períodos em casa ou no hospital exige atenção especial. Estima-se que cerca de 59% dos pacientes nestas condições desenvolvem uma ou mais lesões na pele (escaras). Entre as possíveis causas destacam-se imobilidade, idade avançada, diabetes, desnutrição, deficiência de vitaminas e umidade excessiva da pele, por exemplo. Manchas avermelhadas, escoriações e bolhas são os primeiros sinais de alerta que podem surgir logo no primeiro dia de leito.

Segundo a enfermeira estomaterapeuta e coordenadora do Grupo de Pele do HCor, Clariana Alves Majado, a prevenção e diagnóstico precoce são medidas essenciais para evitar possíveis complicações. “O melhor remédio para as lesões na pele é evitar que elas se formem. As áreas que exigem maior atenção são especialmente atrás da cabeça, costas, articulação do quadril, cóccix cotovelos e calcanhares”, pontua.

Risco de infecção

Seja em ambiente hospitalar ou na residência do paciente, medidas preventivas podem reduzir em até 50% os riscos de as lesões progredirem causando complicações sérias, como infecções. Contudo, Clariana alerta: “Inicialmente, a lesão é superficial, mas, se não houver o cuidado adequado pode, em questões de dias, evoluir sem que o paciente se dê conta, atingindo ossos e articulações, com possibilidade de avançar para um quadro ainda mias graves”.

Em casos de internação domiciliar, a enfermeira ressalta que a família tem papel importante no cuidado, na atenção e no apoio ao paciente para evitar a formação de feridas e minimizar danos à sua saúde. “A tarefa de cuidar é de toda a família e é imprescindível que os familiares sejam orientados quanto aos cuidados básicos a serem realizados durante todo o período de tratamento e reabilitação dos pacientes. Mais do que cuidar do corpo, trabalhar a autoestima pode ajudar muito em sua recuperação”, explica Clariana.

Como prevenir?

Medidas preventivas para o cuidado com a pele do paciente são fundamentais. A coordenadora do Grupo de Pele do HCor, Clariana Alves Majado elenca os principais cuidados a serem feitos:

  • Usar colchões de espuma especial, como viscoelástico, e almofadas de proteção de silicone, por exemplo, para aliviar a pressão nas regiões mais vulneráveis à compressão;
  • Realizar mudança de posição do paciente a cada duas horas;
  • Manter uma dieta balanceada, rica em vitaminas e proteínas;
  • Examinar a pele de todo o corpo, especialmente nos pontos de pressão;
  • Secar bem a pele depois do banho e hidratá-la com cremes sem álcool uma vez ao dia, sem massagear as áreas já comprometidas;
  • Manter o paciente em posição confortável com apoio para as costas e pernas;
  • Estimular a movimentação, respeitando sempre as possibilidades físicas e motoras do paciente.

Grupo de Pele do HCor

Criado há 10 anos, o Grupo de Pele do HCor tornou-se referência na assistência e na prestação de serviço de apoio e consultoria que, cada vez mais, tem beneficiado os pacientes e os profissionais que atuam no hospital. O Grupo é formado por enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e membros do corpo clínico que atuam no acompanhamento e na discussão dos casos dos assistidos.

Os profissionais do Grupo de Pele do HCor trabalham no tratamento de pacientes com lesões de pele de forma holística e individualizada para a reabilitação à sua condição de saúde, a fim de minimizar o tempo de internação e as complicações que possam ocorrer.

“Progredimos muito na prevenção e no diagnóstico primário de lesões na pele dos pacientes internados. O trabalho inicia na admissão com a avaliação de risco, com a conscientização do autocuidado, da reabilitação social e de orientações no pós-alta para o paciente e seus familiares”, finaliza Clariana.