Desde 2009, o HCor emite laudos de exames de eletrocardiograma (ECG) à distância, auxiliando o atendimento pré-hospitalar, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), em território nacional. Atualmente são realizados 22 mil laudos por mês. No período de 10 anos de projeto, são quase 1 milhão de pareceres médicos.
Intitulado Boas Práticas na Atenção à Cardiologia e Urgências Cardiovasculares, o projeto é desempenhado pela área de Telemedicina do HCor, com o objetivo de fortalecer e melhorar a qualidade dos exames cardiológicos realizados nas unidades de saúde pública do país, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS).
Os resultados podem ser comemorados, já que a abrangência do programa é ampla e as vantagens são muitas. São 285 unidades de saúde com o serviço habilitado, sendo 91 em SAMU e 194 em UPA. Os benefícios para a população e profissionais da saúde incluem o atendimento ao paciente de forma rápida, apoio na condução de casos clínicos complexos, diagnósticos precisos realizados pelos cardiologistas do HCor, potencial impacto em desfechos clínicos, além de evitar deslocamentos desnecessários aos pacientes.
“A telemedicina permite o acesso a especialistas que não se encontram na região, com redução de deslocamentos desnecessários e oferta de exames complementares não disponibilizados. Programas de apoio ao cuidado clínico também são exemplos de ajuda aos pacientes”, diz Fábio Taniguchi, coordenador executivo do Projeto Boas Práticas em Cardiologia e Urgências Cardiovasculares.
Taniguchi complementa que em um país de dimensões continentais como o Brasil, com dificuldades de acesso a exames diagnósticos e especialistas, a telemedicina é um instrumento importante de apoio ao SUS, com o objetivo de complementar o melhor tratamento possível.
Evolução
No início de 2019, o HCor expandiu suas atividades no projeto de Telemedicina. Agora, além da emissão de laudos, os cardiologistas se disponibilizam para o apoio em atendimentos mais complexos nas unidades de saúde pré-hospitalar, com casos de infarto agudo do miocárdio e arritmias.
Todo o processo é realizado por meio de um software que transmite o ECG do paciente à Central de Telemedicina do HCor. Com os exames em tela, os cardiologistas emitem o laudo em até 10 minutos após o recebimento. Nos casos de pacientes em que o exame apresenta suspeita de infarto agudo do miocárdio ou determinadas arritmias cardíacas, os especialistas do HCor entram em contato com a unidade de saúde para discutir o caso clínico e ofertar o apoio à conduta médica baseado nas principais diretrizes nacionais e internacionais de cardiologia.
O serviço é importante principalmente para as unidades que não contam com médicos especialistas em cardiologia, uma vez que possibilita uma conduta embasada na literatura para cada caso, diminuindo a chance de complicações cardiológicas e até reduzindo o tempo de internação. Após 48 horas do evento de infarto, a equipe da telemedicina faz contato com as unidades a fim de saber o trabalho realizado, assim como os desfechos dos pacientes.
Segundo o coordenador do projeto, a teleconsultoria, apoiada na consolidação de uma rede de especialistas como uma junta médica, é possibilidade em futuro próximo. “A chance de oferta de programas de apoio ao paciente como na insuficiência cardíaca, já realizada em países da Europa como a Itália, demonstra amplo espectro de ações possíveis na Telemedicina”, afirma Taniguchi.
Por meio desta ferramenta, o HCor fornece mais uma vez um serviço de excelência à população visando melhores desfechos clínicos no cuidado aos pacientes.
