Dormir mal prejudica o coração

Dormir mal prejudica o coração

Para conscientizar a população no Dia Mundial do Sono, nesta sexta-feira, dia 13 de março, pneumologista do Serviço de Medicina do Sono do HCor alerta que distúrbios do sono como a apneia do sono ou dormir menos de sete horas podem provocar ou agravar doenças cardiovasculares

Nesta sexta-feira, 13 de março, celebra-se o Dia Mundial do Sono. Para ressaltar a importância do sono em nossa saúde, o pneumologista do Serviço de Medicina do Sono do Hospital do Coração (HCor), Dr Pedro Genta, alerta que a gradativa redução nas horas de sono da população, em função do excesso de atividades do dia-a-dia, pode afetar não só o equilíbrio emocional ou a capacidade de raciocínio e aprendizagem do indivíduo, mas também a sua saúde cardíaca. “Para que uma pessoa viva de maneira saudável é preciso que ela tenha, no mínimo, sete horas de sono por dia. Dormir menos do que isso pode ocasionar prejuízo cardiovascular com o passar do tempo, já que favorece o surgimento de doenças, como hipertensão, diabetes e obesidade, o que aumenta o risco de infartos e AVCs”, afirma o Dr. Genta.

Dormir é importante

O sono é um período importante para o reestabelecimento do nosso organismo. Dormir bem ajuda, por exemplo, na produção de anticorpos contra as mais diversas doenças, fortalecendo o nosso sistema imunológico. Por isso, reduzir o tempo em que dormimos afeta significativamente os processos fisiológicos que ocorrem durante o sono. “Quando dormimos há um momento de repouso do nosso sistema cardiovascular, no qual tanto a frequência cardíaca, quanto a pressão arterial são reduzidas. Esse processo é muito importante para a saúde do coração. Por essa razão é que diversos estudos mostraram que a privação do sono aumenta o risco de hipertensão arterial”, comenta o Dr Pedro. “Outra situação que precisa ser reparada enquanto dormimos está relacionada à regulação do apetite. A redução no tempo de sono, devido a fatores hormonais e gasto energético menor, também favorece o ganho de peso”, acrescenta o pneumologista.

Sono: quantidade e qualidade são igualmente importantes

Dormir em quantidade adequada pode não ser suficiente para começarmos o dia alertas e descansados. A apnéia obstrutiva do sono é um distúrbio comum e fortemente associado ao ronco. A associação entre apnéia do sono e privação do sono é frequente e perigosa, uma vez que ambas as situações estão associadas a maiores riscos cardiovasculares. “Por isso, pessoas que tem ou já tiveram algum tipo de distúrbio cardiovascular como hipertensão, infarto ou AVC, precisam redobrar a atenção com doenças relacionadas ao sono, como essa, e procurar tratamento o quanto antes”, afirma a Dr Pedro. “Vale lembrar que o sono em quantidade suficiente e de boa qualidade é imprescindível para que todos tenhamos um dia repleto de saúde, maior capacidade de concentração e, inclusive, menor risco de acidentes no trânsito”, acrescenta o pneumologista do HCor.

Recuperando o sono perdido

É possível repor as horas de sono perdidas. Uma dica é estabelecer uma meta, procurando aumentar gradualmente o tempo de sono de 15 a 30 minutos por noite, a cada semana, por exemplo. Assim é possível combater o problema e, aos poucos, recuperar a saúde e a disposição. “Recuperar o tempo mínimo de sete horas de sono e tratar a apnéia do sono é fundamental para a nossa saúde, sobretudo para quem tem hipertensão ou outras doenças cardiovasculares e pode ajudar no controle do peso ”, alerta o Dr. Pedro.

Serviço de Medicina do Sono do Hospital do Coração (HCor)

Pioneiro na integração entre diagnóstico e tratamento das diversas patologias relacionadas ao sono, o Serviço de Medicina do Sono do HCor  dispõe de uma equipe formada por especialistas em medicina do sono, pneumologistas, endocrinologistas, otorrinolaringologistas, neurologistas, dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e psicólogos.

O local está aparelhado para a investigação detalhada dos eventuais distúrbios sono por meio de diversos tipos de exames, como eletroencefalografia, observação das variáveis respiratórias, eletrocardiograma, posição do corpo, ronco e movimentação de pernas.

O centro também está equipado para diagnosticar e tratar a apneia obstrutiva do sono (AOS), um dos distúrbios de maior incidência na sociedade. O tratamento da AOS é individualizado de acordo com as características da doença e do paciente e inclui dispositivos de pressão positiva, dispositivos de avanço mandibular (confeccionado com a orientação do dentista), cirurgia, fonoterapia e programa de orientação nutricional.

 

Quem deve consultar um especialista em medicina do sono

  • Quem apresenta dificuldade para dormir ou para manter o sono, e não consegue descansar mesmo após uma noite de sono com duração adequada;
  • Quem tem sonolência excessiva durante o dia e cochila facilmente;
  • Quem ronca alto frequentemente e incomoda o parceiro(a);
  • Quem pára de respirar durante o sono;
  • Quem tem comportamentos incomuns durante o sono;
  • Quem sente incômodo nas pernas do tipo que piora no início da noite e melhora com a movimentação durante o dia;