Programa de Insuficiência Cardíaca amplia expectativa de vida dos pacientes
Em cinco anos, protocolo de tratamento conseguiu reduzir em até 30% a taxa de mortalidade, proporcionando melhor qualidade de vida e bem-estar aos cardiopatas monitorados no grupo
![Enfermeira Bárbara Reis Tamburim](/wp-content/uploads/2018/06/programa-insuficiencia-cardiaca.png)
A IC (Insuficiência Cardíaca) é a terceira doença clínica que mais causa internação pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no país. Estima-se que 2% da população brasileira seja acometida pela cardiopatia, que a cada ano registra 200 mil novos casos, segundo relatório divulgado recentemente pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia). A doença ocorre quando o músculo cardíaco começa a ficar fraco, dilatar e passa a ter um desempenho muito ruim. O indivíduo não consegue subir sequer um lance de escada, pois fica totalmente tomado pela fadiga.
No HCor há um Programa de Cuidados Clínicos destinado a pacientes com IC. Referência no Brasil por coordenar o protocolo da doença junto à SBC e AHA “American Heart Association” o programa iniciou em 2011 e conseguiu, em cinco anos, diminuir a taxa de mortalidade em até 30%. Este programa gerencia todos os pacientes com insuficiência cardíaca da instituição, desde a entrada no pronto-socorro, permanência na UTI até o pós-alta. Estes pacientes continuam sendo monitorados durante dois anos via contato telefônico por meio de uma equipe multidisciplinar.
O programa tem o objetivo de educar e promover uma assistência de excelência que irá oferecer todo suporte ao paciente internado, além de um serviço especializado no tratamento clínico e cirúrgico disponível ao corpo clínico. “Este programa traz muitos benefícios a esse grupo de pacientes considerados especiais, os quais precisam de um atendimento específico e especializado. Com ele conseguimos reduzir significativamente as reinternações, melhorar a qualidade de vida do paciente e a consciência do tratamento”, explica o cardiologista e coordenador do Programa de Cuidados Clínicos para Pacientes com IC do HCor, Dr. Félix Ramires.
O paciente receberá, após a sua alta hospitalar, acompanhamento telefônico da equipe de enfermagem, que tem como objetivo aumentar a aderência ao tratamento
“Por meio deste programa multidisciplinar, o paciente receberá, após a sua alta hospitalar, acompanhamento telefônico da equipe de enfermagem, que tem como objetivo aumentar a aderência ao tratamento, bem como orientar o autocontrole com medidas de detecção precoce como, por exemplo, o controle do peso, manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física, entre outros”, esclarece Dr. Félix.
Estilo de Vida Saudável
![Martinho Prado Neto](/wp-content/uploads/2018/06/paciente-martinho-prado.png)
Nesse programa, uma equipe multidisciplinar composta por médico, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos e enfermeiros fornece informações importantes ao paciente sobre a insuficiência cardíaca. “Cuidados necessários referente à reeducação nutricional, apoio psicológico e conselho para abandonar o tabagismo, orientação da equipe de enfermagem e fisioterapia sobre a importância da atividade física supervisionada e orientada, além de todo suporte durante a permanência no hospital até a sua alta hospitalar, fazem parte do contexto deste programa”, explica o cardiologista.
De acordo com o DATASUS, a Insuficiência Cardíaca é a terceira causa de internação clínica do SUS (Sistema Único de Saúde) e representa 33% de todas as internações de origem cardiovascular, sendo considerada a doença cardiovascular mais prevalente, principalmente na população mais idosa. O DATASUS revela, ainda, que a IC tem um impacto expressivo dentro do universo de internações hospitalares.
A insuficiência cardíaca merece toda a atenção, pois pode ter um desfecho fatal muito rapidamente. “Além disso, é uma enfermidade que pode levar o paciente a ficar bastante tempo internado. Mesmo depois de ter alta, o risco de uma possível reinternação aumenta em 50%. A doença é progressiva, crônica e vai afetar demais a qualidade de vida do paciente”, finaliza Dr. Ramires.