Por muito tempo, acreditou-se que as mulheres não sofriam infarto e tinham menos incidência de doenças no coração. Mas, os números não deixam dúvidas: estudos médicos apontam que no Brasil uma a cada cinco mulheres tem risco de sofrer um infarto.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1/3 de todas as mortes de mulheres no mundo. Além de tudo isso, estimativas também apontam que a probabilidade da mulher morrer de infarto é 50% maior quando comparada aos homens.
“A incidência de doenças cardíacas em mulheres vem crescendo, principalmente a doença aterosclerótica coronariana, que é um estreitamento das artérias causado pelo acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias e dentro delas. Esse quadro aumenta o risco de casos isquêmicos agudos como infarto do miocárdio”, conta o Dr. Antonio Chagas, cardiologista do HCor.
Para saber mais, assista à playlist HCor Explica sobre doenças do coração em mulheres abaixo:
Homens x mulheres
Quando o assunto são as doenças cardíacas, o Dr. Antonio Chagas explica que, indiscutivelmente, elas aparecem mais tarde nas mulheres do que nos homens. “Isso é resultado da própria proteção hormonal que as mulheres têm durante o período entre a menarca e a menopausa , que retarda a doença aterosclerótica. Essa proteção desaparece se a mulher tiver uma menopausa precoce ou passar por uma cirurgia, como uma ooforectomia (remoção cirúrgica de um ou ambos ovários), porque nesses casos temos uma menopausa clínica. Mas, via de regra, nelas as doenças no coração aparecem mais tarde”.
Para se ter ideia, há um aumento de 30% no número de casos de infarto e cirurgias cardíacas em mulheres com mais de 50 anos, que é quando chega a época da menopausa, conta a Dra. Magaly Arrais, cirurgiã cardiovascular do Hospital do Coração de São Paulo (HCor).
No entanto, as mulheres mais novas não podem se descuidar. Isso porque, segundo o Dr. Chagas, se a mulher tiver uma doença cardiovascular ainda jovem, em um período hormonalmente ativo, ela será mais agressiva e acentuada. “A doença na mulher mais jovem surge ou porque ela tem fatores genéticos que favorecem o aparecimento da doença, infarto ou anormalidade vascular ou tem fatores de risco tradicionais, principalmente o tabagismo, o uso de contraceptivos, hipertensão, diabetes ou colesterol elevado”, alerta.
Ainda no quadrante homens e mulheres, o cardiologista diz que em ambos os sexos, os sintomas de doenças coronarianas são semelhantes, porém, as mulheres procuram o atendimento mais tardiamente que os homens. “O homem normalmente é mais medroso para doenças e a mulher, embora tenha mais preocupação em fazer os exames preventivos do sistema ginecológico, dá menor importância à doença cardiovascular que o homem. Ele não faz o exame de próstata como deveria fazer, mas, em compensação, faz mais check-up do que a mulher, então acaba fazendo mais ecocardiograma e teste ergométrico do que ela; e esse princípio precisa ser mudado”, comenta o médico que completa: “Hoje, considerando a medicina de alto custo, é muito mais barato prevenir do que tratar a doença”.
Doenças cardíacas em mulheres
Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM) releva como as brasileiras cuidam do coração. Veja a pesquisa completa em: mulhercoracao.com.br
Fatores de Risco
Dr. Antonio Chagas conta ainda que o que leva ao aumento de doenças do coração entre as mulheres são os fatores de risco. “A obesidade, que é crescente, é um grande fator de risco. Além disso, há os anticoncepcionais que são tomados pelas mulheres. Mas, tem também os aspectos psicossociais. A mulher contemporânea exerce um forte papel profissional e acumula isso a ser mãe e dona de casa. Esse cenário leva a uma condição de aumento do risco também. Ansiedades também podem desencadear quadros de espasmos e pessoas depressivas têm aumento no risco da doença”.
Uma curiosidade: de acordo com o cardiologista do HCor, antes se dizia que a doença cardiovascular era uma doença da população rica.
Não é verdade. As mulheres da população de baixa renda também podem ter essas doenças, assim como as crianças que ficam trancadas em casa consumindo uma alimentação inadequada, o que favorece enfermidades cardíacas e a obesidade.
Mas não são só os obesos que devem cuidar do coração: “Todos nós conhecemos pessoas magras que têm colesterol elevado. Claro que quem faz prevenção tem menor chance, mas não é isento”, alerta o cardiologista.
Há ainda o perigo vindo de antecedentes positivos diretos, ou seja, quando pai, mãe ou irmão mais velho teve um quadro cardíaco, os riscos crescem 25%.
Por isso, nenhuma mulher deve ignorar dores no peito, dores abdominais, dores na boca do estômago, sensação de náusea, dores na mandíbula e no ombro. “Dores acompanhadas de sudorese fria, progressiva e repetitiva, também exigem atenção”.
Por fim, dieta saudável, alimentar-se regularmente com quantidades moderadas, ingerindo alimentação variada com frutas, vegetais, carboidratos e proteínas, além de realizar atividades física regular, buscar o equilíbrio emocional e fazer periodicamente exames médicos, são as dicas para quem quer manter o coração saudável por toda a vida.
Uso de
anticoncepcionais
Hipertensão
arterial
Fatores
genéticos
Mobilidade
urbana
Assuntos
familiares
Estresse no
trabalho
Privação
de sono
Colesterol
alto
Ansiedade
Violência
Obesidade
5 dicas para ter uma vida + saudável
• Alimentação moderada regularmente.
• Dieta composta por frutas, vegetais,
• Atividade física regular.
• Equilíbrio emocional.
• Exames médicos periódicos.
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